Preconceitos em relação ao Behaviorismo: Quais atitudes os analistas do comportamento podem adotar?
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Posted by Fernanda Wagner | Posted in Abordagens | Posted on 22:18
Este artigo pretende apresentar uma breve definição de Análise do Comportamento e Behaviorismo Radical, passando por alguns dos preconceitos verificados por Skinner (1982 ) e seus motivos com o objetivo de responder a questão sobre a forma que os analistas do comportamento estão lidando com estas críticas e como tem agido sobre elas.
Análise do comportamento consoante Moreira e Medeiros (2007) é a uma abordagem psicológica que busca compreender o ser humano a partir de sua interação com o ambiente, sendo a área de investigação conceitual, empírica e aplicada do comportamento, que ,de acordo com Starling (2003) “constitui um campo disciplinar por direito próprio, uma ciência natural, com afinidades epistemológicas, conceituais e metodológicas com a física, a química e a biologia contemporâneas”. Behaviorismo Radical é a filosofia da ciência do comportamento (LIMA).
Muitos são os preconceitos em reação ao Behaviorismo Radical devido ao fato de relacionarem o Behaviorismo Radical com o Behaviorismo Metodológico apesar de serem duas propostas de estudo do comportamento distintas sugerndo que os criticos possuem desconhecimento histórico, espistemológico e conceitual (LIMA ;NETO, ?,;2010).
Skinner (1982) elencou alguns esses preconceitos em seu livro Sobre o Behaviorismo e conclui que estas afirmações representam uma extraordinária incompreensão do significado e das realizações científicas:
1. O Behaviorismo ignora a consciência, os sentimentos e os estados mentais.
2. Negligencia os dons inatos e argumenta que todo comportamento é adquirido durante a vida do indivíduo.
2. Negligencia os dons inatos e argumenta que todo comportamento é adquirido durante a vida do indivíduo.
3. Apresenta o comportamento simplesmente como um conjunto de respostas a estímulos, descrevendo a pessoa como um autômato, um robô, um fantoche ou uma máquina.
4. Não tenta explicar os processos cognitivos.
5. Não considera as intenções ou os propósitos.
6. Não consegue explicar as realizações criativas -- na arte, por exemplo, ou na música, na literatura, na ciência ou na matemática.
7. Não atribui qualquer papel ao eu ou à consciência do eu.
8. É necessariamente superficial e não consegue lidar com as profundezas da mente ou da personalidade.
9. Limita-se à previsão e ao controle do comportamento e não apreende o ser, ou a natureza essencial do homem.
10. Trabalha com animais, particularmente com ratos brancos, mas não com pessoas, e sua visão do comportamento humano atém-se, por isso, àqueles traços que os seres humanos e os animais têm em comum.
11. Seus resultados, obtidos nas condições controladas de um laboratório, não podem ser reproduzidos na vida diária, e aquilo que ele tem a dizer acerca do comportamento humano no mundo mais amplo torna-se, por isso, uma metaciência não-comprovada.
12. Ele é supersimplista e ingênuo e seus fatos são ou triviais ou já bem conhecidos.
13. Cultua os métodos da Ciência, mas não é científico; limita-se a emular as Ciências.
14. Suas realizações tecnológicas poderiam ter sido obtidas pelo uso do senso comum.
15. Se suas alegações são válidas, devem aplicar-se ao próprio cientista behaviorista e, assim sendo, este diz apenas aquilo que foi condicionado a dizer e que não pode ser verdadeiro.
13. Cultua os métodos da Ciência, mas não é científico; limita-se a emular as Ciências.
14. Suas realizações tecnológicas poderiam ter sido obtidas pelo uso do senso comum.
15. Se suas alegações são válidas, devem aplicar-se ao próprio cientista behaviorista e, assim sendo, este diz apenas aquilo que foi condicionado a dizer e que não pode ser verdadeiro.
16. Desumaniza o homem; é redutor e destrói o homem enquanto homem.
17. Só se interessa pelos princípios gerais e por isso negligencia a unicidade do individual.
17. Só se interessa pelos princípios gerais e por isso negligencia a unicidade do individual.
18. É necessariamente antidemocrático porque a relação entre o experimentador e o sujeito é de manipulação e seus resultados podem, por essa razão, ser usados pelos ditadores e não pelos homens de boa vontade.
19. Encara as idéias abstratas, tais como moralidade ou justiça, como ficções.
20. É indiferente ao calor e à riqueza da vida humana, e é incompatível com a criação e o gozo da arte, da música, da literatura e com o amor ao próximo.
20. É indiferente ao calor e à riqueza da vida humana, e é incompatível com a criação e o gozo da arte, da música, da literatura e com o amor ao próximo.
(SKINNER, 1982, apud MOREIRA & MEDEIROS,2007, p.219-220)
Muitos são os motivos da existência e propagação dos preconceitos em relação ao Behaviorismo Radical e desde o fato dele afirmar que todo comportamento se origina da interação entre fatores genéticos e ambientais, até, no meio educacional, por causa dos termos utilizados pelos analistas do comportamento como controle, treino, condicionamento, punição, que estão associados, no discurso leigo e no entendimento de algumas comunidades acadêmicas e profissionais, a autoritarismo e práticas abusivas de cerceio à liberdade de ação e, por conseguinte, levantam inevitáveis e inesgotáveis questões políticas, éticas e morais. (LIMA;? CARMO & BATISTA, 2003 apud NETO, 2010). Lima afirma que “Watson sabiamente acreditava que a Psicologia utilizava muitos termos vagos, imprecisos” e este foi um dos vários motivos para o fundamento do Behaviorismo metodológico, sendo assim, a afirmação anterior pode significar que mito pouco mudou em relação em relação a comunicação dos conhecimentos da análise do comportamento.
Por fim, no próximo texto pretendo continuar a partir da seguinte questão:
Quais atitudes os analistas do comportamento podem tomar em relação a estes preconceitos?
REFERÊNCIAS
CARMO, J.S.BATISTA,M.Q.G.Comunicação dos conhecimentos produzidos em análise do comportamento: uma competência a ser aprendida? ,2003.Disponível em: Acesso em: Out. 2010
LIMA. A.M. Behaviorismo Radical . Disponível em: Acesso em:Out. 2010
MOREIRA, Marcio B., MEDEIROS, Carlos A. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.
NETO. Críticas ao Behaviorismo: preconceitos e discordâncias.Disponível em: Acesso em: Out. 2010
STARLING, Roosevelt Riston. O que é "psicologia comportamental"? Entrevista dada ao Centro Acadêmico de Psicologia da Universidade Federal de São João Del Rey em 2003.
SKINNER, Burrhus Frederic. Sobre o Behaviorismo. São Paulo: Cultrix, 1982.
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