Entrando no país das maravilhas...

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Posted by Fernanda Wagner | Posted on 16:00



     Fernanda estava ficando muito cansada de estar sentada ao lado de seus colegas pensando em que abordagem da Psicologia escolher, quando subitamente um rato branco de laboratório com olhos vermelhos passou correndo perto dela.
     Não havia nada de muito especial nisso, também Fernanda não achava fora do normal ouvir o rato dizer para si mesmo “ Oh puxa! Oh puxa! Eu devo estar seguindo o caminho errado, pois estou levando choques! ” ; mas, quando o rato tirou um convite do bolso e olhou para ele, apressando-se a seguir, Fernanda pôs-se em pé, e pensou rapidamente, que nunca havia visto um rato branco correndo solto por aí e muito menos com um convite. Ardendo de curiosidade, ela correu pelas ruas atrás dele, a tempo de vê-lo saltar para dentro de um ônibus. No mesmo instante, Fernanda , entrou no ônibus.
     O ônibus dirigia-se diretamente para a OAB. Ou aquilo era muito longe, ou o ônibus andava muito devagar, pois a menina teve tempo de olhar tudo o que havia ao seu redor e desejar saber o que iria acontecer a seguir.
     Chegou então a um grande hall onde havia uma prateleira com vários livros e uma mesa feita em madeira: não havia nada em cima dela a não ser um registro de assinaturas e uma minúscula chave dourada. Assinou no livro onde, magicamente, estava escrito o seu nome. A seguir olhou para frente e observou que haviam três portas. Observou mais atentamente e descobriu uma cortina, que escondia uma porta de aparentemente 30 centímetros. A menina colocou a pequena chave dourada na fechadura, e para seu grande prazer, ela encaixou!
     Fernanda abriu a porta e viu que dava para uma pequena passagem, não muito maior que um buraco de rato: ela ajoelhou-se e avistou o maior auditório que jamais vira, onde supostamente, estava ocorrendo um encontro. Na parte frontal do auditório havia um telão, o qual esforçara-se para ler o que estava escrito e encontrou: II Encontro Catarinense de Análise do Comportamento e o rato branco estava logo a baixo. Como ela gostaria de sair daquele hall e entender o que as pessoas do encontro estavam falando! Ela então desejou que pudesse encolher para passar por aquele buraquinho de rato.
     Vejam só, ela realmente ficou de um tamanho que permitiu que atravessasse a porta! Tantas coisas estranhas tinham acontecido ultimamente, que Fernanda começara a pensar que muito poucas coisas eram realmente impossíveis.
     Ao passar a porta, sentou-se em uma poltrona, na sexta fileira, e começou a escutar o que as pessoas falavam. Se deu conta de que tratavam-se de pessoas importantes: psicólogos, professores e por fim, analistas do comportamento. Falavam que os organismos interagem com o meio moldando os comportamentos e reforçando os que são favoráveis, assim como do meio, que também contribui para que os organismos tenham seus comportamentos reforçados ou não além de expressões como contingência de reforço, esquiva, análise de variáveis, experimentos e pesquisas com ratos, observação da aquisição e aprendizagem de novos comportamentos, bem como extinção destes. Estava rodeada por gente que já havia aprendido muita coisa e que estava disposta a passar o conhecimento para frente. Sentiu-se um pouquinho maior do que realmente estava naquele momento.
     Fernanda ainda não entendia muito bem o que era cada um daqueles assuntos ( e ainda não entende, realmente) , mas ficou maravilhada com os resultados que eles poderiam fornecer, e percebeu que deveria estudar mais sobre este assunto e ainda tem muito o que aprender sobre tudo isto. Decidiu uma parte de sua vida. Enfim, foi dado um passinho, pequenino demais, mas ainda assim um passinho, para que seu sonho seja um dia realizado.

Fonte:
Carroll. L,. Alice no país das maravilhas. Disponível em http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/alicep.html. Acessado em: 24 de abril de 2010.

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